Blog
Compartilhe
3 escolhas em 30 anos de exposições no Museu da Imigração
por Henrique Trindade – Gestor do Centro de Preservação, Pesquisa e Referência (CPPR) do Museu da Imigração
Levando em consideração que até o final de 2023, será inaugurada mais uma mostra (virtual), ao longo desses 30 anos de existência, o Museu da Imigração concebeu e recebeu um total de 170 exposições. Cada uma delas encontra-se catalogada na tabela 1, evidenciando a diversidade de temas que a instituição abordou ao longo dessas três décadas. Em sua fase inaugural (1993-1997), o Museu da Imigração promoveu um total de 11 exposições. Posteriormente, na etapa correspondente ao Memorial do Imigrante (1998-2010), outras 117 exibições foram realizadas. Após a interrupção temporária das atividades do Memorial e desde sua reabertura em 2014, retomando o nome de Museu da Imigração, outras 41 exposições puderam ser apreciadas pelo público até o mês de agosto de 2023.
Quem tiver interesse em pesquisar imagens e, eventualmente, outros registros relacionados a todas essas exposições, basta agendar uma visita ao acervo arquivístico-institucional, localizado no Centro de Preservação, Pesquisa e Referência (CPPR) do MI. O agendamento pode ser feito pelos e-mails pesquisa@museudaimigracao.org.br ou biblioteca@museudaimigracao.org.br.
Em 2024, o Museu da Imigração completará 10 anos desde sua reabertura e os visitantes poderão conferir a inauguração de uma nova exposição de longa duração, em substituição da atual “Migrar: Experiências, Memórias e Identidades”. A partir de uma percepção pessoal, um relato de experiência, como colaborador do MI desde 2014, apresentarei nesse breve texto considerações acerca de algumas exibições que me marcaram nessa década e que contribuíram também, em termos de processos, metodologias, críticas e conteúdo, para o desenvolvimento da curadoria da exposição de longa, da qual participo ativamente em colaboração com outras equipes e pesquisadores do museu.
Escolhi abordar as seguintes mostras:
- Cartas de Chamada de Atenção (2015);
- O Caminho das Coisas (2016);
- Hospedaria 130 (2017).
Cartas de Chamada de Atenção (2015)
Minha trajetória no Museu da Imigração teve início em 2014, como parte da equipe educativa, pouco antes da reabertura da instituição. Entre 2014 e 2015, a dinâmica operacional do MI era algo distinta, caracterizada pelo aumento gradual do horário de funcionamento, em ocasiões denominadas "sextas-feiras noturnas". Esse contexto propiciou uma significativa colaboração com a casa de acolhida Arsenal da Esperança, uma entidade vizinha ao museu, também localizada no complexo da antiga Hospedaria de Imigrantes do Brás. Nesse período, aproximadamente 20% dos acolhidos no Arsenal eram migrantes internacionais, provenientes, especialmente, de nações do continente africano. A maior parte desses homens trabalhava durante o dia e nos finais de semana, o que significa que tinham a oportunidade de visitar o MI somente durante as noites em que ocorriam as aberturas especiais.
Ao conduzir visitas regulares ao museu, tanto com grupos escolares quanto com o público em geral, percebi que esses novos fluxos migratórios em direção a São Paulo ainda eram pouco conhecidos. A maioria dos visitantes da instituição sequer imaginava que, a poucos metros de distância, existia uma "Hospedaria Contemporânea" dedicada a acolher, alimentar e abrigar cerca de 1200 homens, muitos deles migrantes.
A partir de um segmento da exposição intitulada "Migrar: Experiências, Memórias e Identidades", no qual um dos módulos exibia um armário repleto de gavetas entreabertas contendo cartas de chamada de migrantes que chegaram a São Paulo no início do século XX, concebi a ideia de estabelecer uma conexão entre esses documentos históricos e as narrativas das experiências dos migrantes africanos. Essa abordagem visava destacar as condições de vida no Brasil e direcionar a atenção para tais relatos.
O projeto da exposição foi elaborado em colaboração com as equipes do museu e do Arsenal da Esperança, especialmente com as professoras de português da instituição de acolhida. O processo se desenrolou em três fases distintas: a condução de visitas dos migrantes pelo edifício e pelas exposições do Museu da Imigração, sempre com mediação da equipe educativa; a realização de atividades educativas, como a iniciativa "Mala de Memórias", que consistia em debater quais objetos e sentimentos um migrante carrega em sua bagagem, explorando as escolhas feitas nesse processo; por fim, a redação das próprias cartas, redigidas em português, árabe e francês.
A exposição "Cartas de Chamada de Atenção" permaneceu em exibição durante o principal evento anual do museu, a Festa do Imigrante. Tratou-se de uma exposição colaborativa, concebida por diversas mãos, que efetivamente deu protagonismo aos migrantes envolvidos em um processo que os aproximou da instituição. Além disso, propiciou um encontro ainda mais frutífero entre o Museu da Imigração e o Arsenal da Esperança, o que desempenhou um papel crucial nas relações voltadas a projetos futuros.
O Caminho das Coisas (2016)
Já integrado à equipe de pesquisa, tive a oportunidade de acompanhar de perto o processo de curadoria e pesquisa para a concretização da exposição intitulada "O Caminho das Coisas", a qual se revelou como um marco na trajetória do Museu da Imigração (MI) nos últimos dez anos.
Originada do projeto "Encontros com o Acervo", iniciativa que desde 2011 promove o diálogo entre a equipe do Museu da Imigração, antigos doadores, representantes de comunidades e membros de instituições parceiras, a exposição proporcionou ao público a experiência de redescobrir as narrativas que cercam algumas peças da nossa coleção. Esse processo de redescoberta envolveu a compreensão dos trajetos percorridos por essas peças até serem alojadas em nossa reserva técnica.
Através de três desses "Encontros com o Acervo" – o primeiro com membros da comunidade lituana de São Paulo, o segundo com representantes do Museu Histórico da Imigração Japonesa do Brasil e o terceiro com um doador antigo do museu – a exposição ressaltou o vasto potencial do acervo do MI e delineou abordagens interessantes para que a própria equipe pudesse resgatar a riqueza da coleção museológica.
O projeto permanece em contínuo desenvolvimento nas mãos das equipes de preservação e pesquisa do Museu da Imigração. Além de ter sido crucial para a concepção das "Vitrines do Mês", desempenhou um papel de destaque ao instigar as equipes a refletirem sobre um aspecto que guiará a nova exposição de longa duração do MI: a definição e a significância da cultura material e imaterial no contexto da história das migrações. Surgindo assim a indagação sobre qual é o patrimônio do migrar.
Hospedaria 130 (2017)
Em comemoração aos 130 anos da Hospedaria de Imigrantes do Brás (1887-2017), essa exposição não apenas contribuiu para reescrever a história da Hospedaria, mas também me incentivou a continuar explorando a trajetória desse edifício histórico sob novas perspectivas. De fato, esse foi precisamente o objetivo subjacente a essa mostra temporária: apresentar uma faceta da Hospedaria que ainda não havia sido contemplada. Como um membro ativo da equipe de pesquisa que contribuiu para a curadoria, revisamos o acervo arquivístico-histórico da antiga Hospedaria de Imigrantes do Brás, o qual foi transferido para o acervo do Arquivo Público do Estado de São Paulo em 2011, e nos debruçamos sobre o material que ainda não havia sido digitalizado.
A intenção era examinar minuciosamente a história da Hospedaria, para além de sua estrutura e serviços, a fim de obter uma compreensão mais profunda do cotidiano do local. Isso incluiu explorar as histórias dos personagens, os objetos que eram trazidos ou possuídos pela instituição, e buscar uma conexão com as emoções dos migrantes e dos funcionários do edifício. Aproveitamos também para reavaliar as múltiplas funções do monumento e revelar informações numéricas significativas. A Hospedaria não era meramente um espaço de e para imigrantes; também havia sido uma Hospedaria-Hospital durante a gripe espanhola, uma Hospedaria-Presídio durante a Revolta de 1924 e a Revolução de 1932, uma Hospedaria dos Repatriados, abrigando aqueles que desejavam retornar a seus países de origem, e uma Hospedaria-Escola, associada ao período em que foi cedida à Aeronáutica durante a Segunda Guerra Mundial, funcionando como Escola Técnica da Aviação. Além disso, a pesquisa subjacente à exposição enfatizou a importância das migrações internas na história da Hospedaria, em especial os fluxos oriundos de Minas Gerais e dos estados do Nordeste do país. Como resultado desse empenho, alguns números foram revistos e os registros das pessoas que passaram pelo edifício aumentaram.
Conclusão
Ao trazer novas perspectivas para a história da instituição e das migrações, as exposições transcenderam a mera apresentação de objetos e informações. Elas se tornaram espaços de reflexão e diálogo, abrindo caminho para discussões mais profundas sobre identidade, memória e experiência. Além disso, a ênfase na pesquisa contínua da própria coleção demonstra o compromisso do museu em redescobrir e compartilhar histórias muitas vezes negligenciadas ou desconhecidas, contribuindo assim para uma compreensão mais abrangente no tema das migrações e sua relação com a cultura material e imaterial.
As mostras "Cartas de Chamada de Atenção", "O Caminho das Coisas" e "Hospedaria 130" reforçam a ideia de que museus não são espaços estáticos, mas sim centros dinâmicos de aprendizado e interpretação. Eles evoluem com base em novas descobertas, interações com públicos diversos e aprofundamento constante nas narrativas históricas. Esses projetos não só ampliaram o conhecimento sobre a história da imigração, mas também fortaleceram parcerias institucionais, abriram portas para futuras colaborações e reforçaram o senso crítico da equipe do MI com relação ao que deve ser proposta numa nova exposição de longa duração para o museu.
Todas as demais exposições temporárias desempenharam papéis variados na concepção de um novo enfoque curatorial direcionado a uma exposição de longa duração. Os casos elencados anteriormente constituem apenas alguns exemplares, analisados a partir de uma perspectiva pessoal em relação à trajetória Museu da Imigração ao longo destes últimos anos.
Ano | Título de exposição |
1995 | Do outro lado do mundo |
1996 | Reviver das raízes |
1996 | 70 anos da Imigração Búlgara no Brasil |
1996 | Os longos caminhos da esperança |
1996 | Aquarelas de Maruska "Bromélias brasileiras" |
1996 | Exposição de Presépio Italiano e Português |
1997 | Greve de 1917: 80 anos de movimento que mudou São Paulo |
1997 | MOOCA OGGI |
1997 | A Arte da Revolução |
1997 | A viagem do dragão |
1997 | Tradições Natalinas |
1998 | Memórias da Imigração Espanhola |
1998 | Semana de Mile (Paisagens de Molise pão, óleo e vinho) |
1998 | Magia Magyar |
1998 | Os Elementos |
1998 | Um galante escultor - a obra de Laurindo Galante |
1998 | Mãos que trabalham - artes e ofícios femininos |
1999 | O Imigrante vai à escola |
1999 | Imigração Polonesa e São Paulo |
1999 | São Paulo de toda gente |
1999 | São Paulo e seus tempos |
1999 | Com o suor de seu rosto |
1999 | Pelo Mundo com as estatuetas de gesso |
1999 | Haicai - um instante, uma poesia |
1999 | 200 anos de nascimento de A. S. Pushkin |
1999 | Uchinanchu - imigrantes okinawanos em São Paulo |
1999 | Pietro Pajetta |
1999 | Italiani Del Molise, Italianos do Brasil |
2000 | Lugar onde se mora |
2000 | Orixás e Ecologia |
2000 | Estórias do Brasil |
2000 | Terra, palha, pano: Arte popular colombiana |
2000 | Os ventos que sopram da Urânia |
2000 | A arte da embalagem tradicional japonesa |
2000 | O primeiro imigrante; Os índios no Estado de São Paulo |
2000 | Médicos Italianos em São Paulo |
2000 | Paisagens de Molise |
2000 | Armênios no Brasil |
2000 | Os Antonios...Marias, Josés e Joões |
2000 | Entre 0 e 1 - Exposição de Artistas Coreanos Contemporâneos |
2000 | O Incário - presença peruano em São Paulo |
2000 | Migrantes na Terra Prometida |
2000 | Mãos anônimas na construção da Metrópole |
2000 | O Espírito da Revolta: A greve de 17 - 83 anos do Movimento que mudou São Paulo |
2001 | Imigrarte |
2001 | Confúcio - e sua terra natal de Shandong |
2001 | Várzea: o pontapé inicial |
2001 | XIX + XX = 100 (Espanha) |
2001 | Destino Brasil: Refugiados da II Guerra Mundial em São Paulo |
2001 | Do gelo ao trópico |
2001 | As fontes da memória |
2001 | A guerra entre nós: um olhar sobre a Revolução de 1924 em São Paulo |
2001 | Semanas das crianças |
2001 | Trilhos de São Paulo: Uma História Quase Esquecida |
2001 | Aquarela do Brasil: A Imigração em São Paulo |
2001 | 1 Exposição de Artistas Plásticos Argentinos em São Paulo |
2001 | Exposição fotográfica do Presépio Napolitano de São Paulo |
2002 | Exposição de Arte Coreana |
2002 | Colonização e Povoamento no Litoral Sul: uma História a ser recuperada |
2002 | O Memorial pelo Memorial: uma retrospectiva |
2002 | O Imigrante em São PAULO |
2002 | Uma Revolução em Movimento (Revolução Constitucionalista de 1932) |
2002 | Cidades sem Fronteiras |
2002 | 33 Festival de Inverno de Campos do Jordão |
2002 | O trem da Cantareira - Muito Além das 11h |
2002 | Arte pela Paz |
2002 | MAHJAR - Saga libanesa no Brasil |
2002 | Conheça Limeira - Berço da Imigração Europeia de Cunho Particular |
2002 | Ouro Negro - café e imigração em São Paulo |
2002 | Álbuns de Famílias... |
2002 | Alma Paulistana |
2002 | 2 Exposição de Artistas Plásticos Argentinos Residentes no Brasil |
2003 | São Paulo nas lentes de Maurício Cardim |
2003 | Ferrovias e Ferromodelismo: História e evolução das ferrovias em São Paulo |
2003 | Carmen Miranda: uma imigrante notável |
2003 | Titanic e os grandes naufrágios |
2003 | Guia de Paranapiacaba |
2003 | 160 anos do Selo Olho de Boi |
2003 | Encantos da minha terra |
2003 | Partindo para o Brasil |
2003 | Raízes da Cidade: o testemunho de uma árvore |
2003 | 3 Exposição de Artistas Plásticos Argentinos Residentes no Brasil |
2003 | Kimono - a arte japonesa de vestir |
2003 | Um só coração |
2004 | Marcos históricos |
2004 | VI Encontro de carros antigos e raros |
2004 | Nos trilhos da Cantareira |
2004 | De burgo de estudantes à cidade dos imigrantes |
2004 | Nostra Itália - A imigração italiana |
2004 | II Ferrovia & Ferromodelismo |
2004 | A imigração Portuguesa e o 25 de Abril |
2004 | Ferro, Suor & Fumaça |
2004 | Volta a São Paulo em mais de 80 anos |
2004 | Trabalhadores de Toscana |
2004 | 1 Mostra Limeirense de Arte |
2004 | Retrospectiva Histórica da E.T.A - Escola Técnica de Aviação |
2004 | A gripe espanhola |
2004 | Livro: Caminhos Cruzados - Migração e Construção do Brasil moderno (1930 - 1950) |
2005 | Pinocchio Nel Mondo |
2005 | Exposição comemorativa dos 80 anos de Imigração Lituana Brasil |
2005 | Diálogo entre dois mundos |
2005 | Dia das Crianças |
2005 | I Supremo - Salão de Artes Plásticas |
2006 | 80 anos de imigração do povo búlgaro |
2006 | Exposição "Os Novos Descobridores" |
2006 | Do café aos salões |
2006 | A viagem das palavras - testemunhos italianos |
2007 | 120 anos da Hospedaria de imigrantes do Brás |
2007 | Navegando com Erich Vorckel |
2007 | Galicia: o sorriso de Daniel |
2008 | O papel do Estado na imigração japonesa |
2008 | VI Exposição de artistas plásticos argentinos |
2008 | A longa jornada dos russos através do mundo |
2008 | Bomba atômica, 1945 - Hiroshima e Nagasaki |
2009 | Imigração na França - pontos de referência |
2009 | 180 anos da imigração alemã em São Paulo |
2009 | Sansei Brasil - um olhar ocidental |
2009 | Imigrantes letos |
2009 | Imprensa imigrante em São Paulo |
2009 | Cartazes da guerra civil espanhola - memória gráfica da imigração espanhola |
2009 | Hans Staden - entre as gentes antropófagas |
2010 | História de 65 anos do término da II Guerra Mundial |
2010 | A história através dos tapumes |
2010 | Os libaneses |
2010 | Viajante tcheco: Enrique Stanko Vráz na América do Sul |
2010 | Retratos de família |
2014 | Migrar: experiências, memórias e identidades |
2014 | A criança e o brinquedo no Museu da Imigração |
2015 | Retratos Imigrantes |
2015 | Coleções descobertas: Câmeras fotográficas |
2015 | Cartas de chamada de atenção |
2015 | Coleções descobertas: Sapatos |
2015 | Imigrantes do Café |
2015 | Todos podem ser Frida |
2016 | Do retalho à trama: costurando memórias migrantes |
2016 | O Caminho das coisas |
2016 | Direitos Migrantes - nenhum a menos |
2016 | Migrações à Mesa |
2017 | Vidas Refugiadas |
2017 | Hospedaria 130 |
2017 | Da cabeça aos Pés |
2018 | Para frente Para trás |
2018 | Infância Refugiada |
2018 | Sinta-se em Casa |
2019 | La jornada: A resiliência do povo venezuelano em busca de refúgio no Brasil |
2019 | Costurando dignidade |
2019 | Em casa, no Brasil |
2019 | Residência artística (2019) - Cúmulo ; Chegar nunca é chegar |
2020 | Respiro |
2020 | SobreNomes |
2020 | Nonni di São Paulo |
2021 | Os registros do migrar |
2021 | Brasileiros na Hospedaria |
2021 | Quem conta essa história: refugiados jornalistas ou jornalistas refugiados? |
2021 | Projeto raiz |
2021 | 1300° Das cinzas, uma árvore |
2021 | Avoar |
2021 | (Residência artística 2021) - Rostos invisíveis da imigração no Brasil |
2021 | Mátria: êxodos contemporâneos |
2021 | Mulheres em movimento |
2022 | Eu vim de lá |
2022 | Nyngyo: Arte e beleza dos bonecos japoneses |
2022 | África em São Paulo |
2023 | Ambientes construídos: um guia alternativo do Japão (Built Environment: An Alternative Guide to Japan) |
2023 | Onde o arco-íris se esconde |
2023 | Chegança: um lugar ao sol e um lugar ao sul |
2023 | Tesouros da Caligrafia Árabe |